O que é um e-commerce B2B de verdade?

Quero discutir neste texto os aspectos indispensáveis de um e-commerce B2B de verdade, com os 2 “Bs” maiúsculos, além de elevar o nível da conversa para além de plataforma ou site. Abordar sobre soluções digitais sem ter que reinventar a roda. Tudo de forma simples e prática.

E-commerce B2B de valor

E-commerce B2B tem que gerar valor para o cliente, para a organização e isso todo mundo já sabe, pois essa é a função básica de todo e qualquer produto ou serviço. O ponto importante é como medir se o e-commerce B2B em questão está realmente cumprindo esse papel.

Não force a barra da digitalização

Nos meus mais de 10 anos trabalhando com e-commerce B2B, muitas vezes, quase sem querer, na ansiedade de fazer nosso projeto vingar, colocava a estratégia da empresa no canal, subordinada ao projeto do e-commerce.

Um e-commerce B2B de verdade é aquele que cumpre seu objetivo estratégico, incrementa a venda geral da empresa e possui mecanismos para envolver todos os segmentos de clientes da companhia.

Depois de anos percebi que não forçar a barra da digitalização dos meus clientes bastava ter um alinhamento de expectativas. Afinal, os clientes não estão todos no mesmo momento. Cada um percorre, do próprio jeito, o caminho da transformação digital. É necessário criar soluções que auxiliem todos os clusters, nos canais que eles já utilizam e nas jornadas possíveis.

“Como não forçar a barra, Murillo?”

Trazendo uma boa experiência ao usuário do seu e-commerce B2B, através do tripé – comercial; experiencia de compra; e resolução da dor (ou dores) do cliente. Não ser atendido pela equipe de vendas com frequência; encontrar com facilidade os produtos que sempre compra para sua loja, ter acesso a boas ofertas são exemplos de dores do varejista com as quais seu e-commerce B2B irá lidar.

Esse é há anos o meu objeto de estudo. Por esta razão decidi criar o B2List, focando nas dores de mercado mais urgentes do canal indireto e indústrias. Inclusive, já discuti sobre dor do mercado varejista alimentar em um outro texto, e com o tempo, vou abordando outros mercados.

Jornada de compra

Um e-commerce B2B de verdade é estruturado em cima jornada de compra e as personas dos seus clientes, e qual é a participação do e-commerce nessa jornada. Desde sua descoberta pelo produto ou serviço até a compra e pós-venda.

As perguntas necessárias são:

  • Qual é (são) os perfis de clientes que seu e-commerce atende?
  • Qual é a jornada(s) que ele percorre?

Quando você é capaz de responder essas perguntas, todo o resto fica muito mais fácil.

Conhecendo a persona e a jornada é possível decidir quais ferramentas que o seu site deve ter – qual é o foco comercial dele, sua orientação de marketing e qual o seu papel nas estratégias da empresa.

Até aspectos mais técnicos e estritamente relacionados à implementação da plataforma podem ser orientados através da persona e da jornada. Exemplos:

  • Acesso para equipe de vendas;
  • Chat bots para os clientes tirarem dúvidas ou comprarem
  • Acesso fácil a outros canais, como televendas.

Decisões tomadas a partir do estudo de perfil de clientes e jornadas podem responder desde fatores subjetivos como hábitos de compra, até mais específicos, como usabilidade.

  1. Faça pesquisa com seus clientes atuais para chegar nas personas, ou em uma descrição fiel dos perfis mais relevantes;
  2. Estude a jornada de cada perfil encontrado, usando seus canais de contato atuais;
  3. De acordo com o planejamento estratégico da empresa, aloque o e-commerce B2B de acordo com seu objetivo na jornada do cliente.

EXEMPLO:

Suponhamos que a empresa “B2B-SA” deseja criar seu e-commerce B2B com o objetivo de marcar presença no meio online, e cobrir uma área que observa um gap no atendimento por seus representantes

Ela então já sabe que seu marketing deve ser orientado para benefícios do site e a comunicação deve ser direcionada a essa área para atender aos seus possíveis clientes sem venda física, além de penetrar mercado através do digital.

Para isso ela utiliza de comunicação promocional e institucional sobre seu e-commerce para a persona de perfil mais moderno e de autosserviço, visando a compra autônoma. Para os clientes dessa mesma área que ainda não tem o perfil digital, ela cria um chat muito semelhante ao WhatsApp (ou até mesmo pelo próprio WhatsApp business) para que o cliente seja ajudado desde o cadastro ao checkout e sua compra possa ser “assistida” pelo suporte comercial do próprio site, alocado dentro das operações do e-commerce.

Eis aí um exemplo, muito simples, mas que eu já vejo rodando e dando resultados, sempre cabe a você, gestor de e-commerce B2B, olhar as boas iniciativas, fazer o chamado benchmarking e aprender com elas.

Evite pensar que o e-commerce puro pode solucionar todos os problemas de atendimento de uma equipe de vendas na rua. Devemos olhar para o projeto como um conjunto de soluções digitais, não apenas um site.

Isso porque, em muitos casos, o cliente que não é atendido pelo representante é justamente aquele que não considera o uso do e-commerce B2B. Além de serem clientes de pequeno porte, seu ticket oferece menos vantagens ao vendedor, fazendo com que a frequência das visitas neste cliente seja menor.

Clientes como esse, possuem considerável falta de know-how, equipamentos necessários e até genuína falta de interesse no e-commerce B2B. Se esse for o caso, um projeto de e-commerce puro não irá ajudar no objetivo de atendê-lo. Dificilmente clientes com este perfil irão comprar online sozinhos, incrementando a venda.   

                Sobre “venda assistida”

Venda assistida real é aquela que o cliente percorre a jornada de compra, e ela é auxiliado pelo vendedor. Não um mero acesso onde o representante utiliza o site e “passa” o pedido. Na venda assistida real, o cliente é parte integrante do processo da venda.

Imaginemos a seguinte situação:

Certo comprador recebe uma oferta que lhe interessou. Ele acessa o link da promoção, verifica os preços, as condições e o quanto deseja adquirir do produto. Tudo isso sozinho e online.

Então, enquanto avaliava a compra, teve dúvidas sobre as condições da ação promocional. Seu representante cadastrado, portanto, verifica os produtos acessados pelo cliente através da sua Ferramenta de Vendas e auxilia o cliente a fechar negócio. Isso é a venda assistida de verdade.

Devemos evitar que, principalmente no canal indireto do varejo, atacado e indústria, o acesso de vendedor do e-commerce seja utilizado sem o cliente ser envolvido no processo de compra. Ter uma comunicação clara por e-mail ou redes sociais, incluindo o relacionamento com o vendedor, são excelentes maneiras de garantir esse envolvimento.

E-commerce B2B de verdade é aquele que cumpre o seu papel. O objetivo para o qual ele foi criado. Tenha bastante atenção ao reunir informações, alguns exemplo são: Acessos, clientes positivados, receita, saiba se é o cliente ou vendedor quem mais acessa o site, entre outros dados. Com isso, lembreas também qualitativas sobre as impressões dos clientes atuais.

Evite olhar o número pelo número, aquela coisa do “só pra inglês ver”. Tenha clareza no objetivo principal do seu projeto, deste modo, você evita um e-commerce de vitrine (passador de pedido), um projeto sem visão e uma ferramenta de vendas simplória e limitada, que pode canibalizar a venda de outros canais a realmente incrementar receita.

E aí, como está o seu projeto de e-commerce B2B? Ele está cumprindo o objetivo, batendo as metas e contribuindo para as vendas na sua organização? Se esse texto fez sentido para você, comente abaixo e compartilhe com quem você acha que pode gostar também.

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